segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Anjos



Ouvi uma vez, no Comer, Rezar, Amar, Liz Gilbert dizer: I don’t need love you to prove that I love myself (Eu não preciso amar você pra provar que amo a mim mesma). Essa frase, para mim, é uma verdade universal. Nunca acreditei que precisamos prender alguém em nenhuma circunstância, principalmente quando existe amor, respeito e confiança.
Não acredito em relacionamentos que não se baseiam em confiança mútua. Não acredito em relação alguma em que você precise jogar, muito menos naquelas em que você precisa interpretar, deixar de ser quem você é porque tem medo do que o outro vai pensar. E como eu estou cansada desse tipo de relação. Como isso me exaure.
Entendo o quão boas são algumas pessoas que passam na nossa vida, o quão interessantes elas são e como queremos, muitas vezes, que elas permaneçam, mas isso não nos compete. Repetindo o que eu disse em outro post, criar expectativas é normal! Se apegar é essencial! Não quero uma vida sem sentido, sem sentimento. A expectativa que eu crio com relação a qualquer coisa da minha vida é somente minha, não preciso dar satisfação disso a ninguém, porque ninguém quebra minha expectativa, ela se quebra, por si só e ninguém, ninguém é responsável por isso.
Eu sempre procurei respeitar a vontade de todos os meus amigos, respeitar o ser humano em si, mas aprendi a respeitar a mim mesma e ao meu limite, e a não tolerar nada que invada a minha perspectiva de espaço. Eu sou uma pessoa que gosta de ajudar, sou carinhosa, sou exatamente isso o que se vê e me sinto extremamente incomodada em não saber como agir porque tenho medo do que os outros vão pensar. Poxa!
Estou cansada de viver fechada num esquife sem poder sentir nada, sem poder fazer nada do que quero, só remoendo todas as vezes que eu pensei “e se...”. E se tivesse sido diferente, e se tivesse feito diferente, e se tivesse falado, se tivesse tentado, se ... se... se... Não quero esse estigma de “ses”. Eu posso, verdadeiramente, encarar a vida de frente dizer que eu me expus, eu não tive medo de ser eu mesma, de tentar, de me abrir.

E se houver sentimento? O que é que tem? E se não houver? E daí? E se sim, e se não? Pra quê tanto “se”? Pra quê tantas ressalvas? Não adianta viver pensando na morte se nem se vive. Eu quero acordar de manhã e respirar o ar puro e sentir a brisa fria no meu rosto, e se o dia que isso acontecer for o dia do nascimento de um filho, que bom! Vivi dia após dia, sem querer pular etapas, sem querer forçar nada. Vivi. Eu vivi. Se eu não posso viver com quem eu desejo, paciência. Como eu já falei: não se deve ter medo de ensinar a voar, o amor não é uma âncora, o amor são asas e é voando que se aprende a voltar pro lar. Que voe. E que volte, se assim desejar. E que eu esteja aqui, ainda... E que eu ainda seja a mesma... E que eu ainda seja suficiente.

2 comentários:

  1. Amor é simplesmente assim. Asas e não âncora, precisa ser livre pra existir!!!

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    1. É o que eu penso. Deixemos de ser rótulos e sejamos simplesmente nós.

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